sexta-feira, 28 de outubro de 2011

Brasil e Nasa firmam parcerias para estudos de clima


Estudos sobre a previsão e o monitoramento de mudanças climatológicas e meteorológicas feitos pela Agência Espacial Americana (Nasa) a partir de agora terão a participação da Agência Espacial Brasileira (AEB). O acordo de cooperação foi assinado nesta quinta-feira (27) na visita do diretor da Nasa, astronauta Charles Bolden, ao Instituto Nacional de Pesquisas Especiais (Inpe), em São José dos Campos (SP).

O acordo de cooperação no programa Medidas Globais de Precipitação (GPM, em inglês) é uma iniciativa da agência espacial americana para o estudo em escala global das chuvas a partir de dados obtidos por satélites. A participação brasileira no programa da Nasa abrirá novas oportunidades de pesquisa e estudos conjuntos, permitindo levantamento, validação e calibração de dados do programa, até mesmo a realização de missão de satélite para compor a constelação GPM.

Outro acordo de cooperação, também assinado no Inpe, é sobre os estudos do ozônio e a concentração dos vários componentes da atmosfera, além da compreensão da camada de ozônio da Terra. A visita do diretor da Nasa ao País faz parte do desdobramento da visita, em março, do presidente americano Barack Obama e tem o objetivo de identificar parcerias entre as duas agências especiais.

O Inpe aproveitou a visita para propor, em cooperação com o Jet Propulsion Laboratory (JPL), da Nasa, o desenvolvimento de um satélite de alta resolução que permitiria avaliações precisas do impacto da ação do homem nos ecossistemas. De acordo com Gilberto Câmara, diretor do Inpe, a proposta está em análise. Caso o projeto seja aprovado, marcará uma evolução no monitoramento ambiental por meio de satélite.

A proposta do Inpe para o desenvolvimento do satélite Global Terriesrial Ecosystem Observatory (GTEO) é composta pelos investimentos de US$ 100 milhões do Brasil e US$ 150 milhões dos Estados Unidos, ficando o Brasil responsável pela criação do corpo do satélite, painel solar e computador de bordo para coleta e envio dados. Após as assinaturas, o astronauta americano palestrou para um grupo de estudantes de uma escola pública de Ubatuba, litoral norte paulista, que estão desenvolvendo um pequeno satélite com a ajuda de engenheiros do Inpe.

Fonte: Agência Estado

Brasil reciclou 17 bilhões de latinhas de alumínio no ano passado


O Brasil reciclou 97,6% das latas de alumínio produzidas para embalagens de bebidas em 2010, um total de 239 mil toneladas de sucata, o equivalente a mais de 17 bilhões de unidades de latas. De acordo com a Associação Brasileira do Alumínio (Abal) e a Associação Brasileira dos Fabricantes de Latas de Alta Reciclabilidade (Abralatas), que divulgaram nesta quinta-feira (17) os resultados, os números de 2010 mostram crescimento de 20,3% na reciclagem e de 21% na produção, na comparação com 2009.

O índice mantém o Brasil na liderança da reciclagem de latas de alumínio para bebidas. No mesmo período, o Japão reciclou 92,6% da produção e a Argentina, 91,1%. Nos Estados Unidos, o índice foi 58,1%, mas o volume de produção é muito maior, cerca de 100 bilhões de latas por ano.

Em 2010, a reciclagem de latas no país movimentou cerca de R$ 1,8 bilhão. Desse total, R$ 555 milhões foram injetados diretamente na coleta. De acordo com o empresariado, o volume de latas de alumínio coletado em 2010 equivale à geração de pelo menos 251 mil empregos no setor.

As entidades também apresentaram os resultados da Greendex 2010, pesquisa feita anualmente pela National Geographic desde 2008 sobre consumo ambientalmente sustentável no mundo. O Brasil ficou em segundo lugar entre 17 nações, atrás apenas da Índia. Segundo o diretor executivo da Abralatas, Renault Castro, deve-se comemorar o resultado, mas com ressalvas.

“Comemoramos porque a base do nosso consumo é mais sustentável do que a de muitos países, mas alguns índices são reflexo do estágio de desenvolvimento econômico do país”, disse Castro, referindo-se a dados da pesquisa como o que mostra que os brasileiros se locomovem mais do que a média mundial por meio de transportes públicos e considerando que essa tendência pode se inverter caso não sejam feitos investimentos governamentais nesse tipo de locomoção.

Para avaliar o consumo sustentável das populações dos 17 países – entre eles a Argentina, Austrália, os Estados Unidos, a China, o México, a Inglaterra, Rússia, o Japão, Suécia e Alemanha – a pesquisa entrevistou 17 mil pessoas sobre itens como moradia, transporte, alimentação, energia e atitudes.

No quesito moradia, os brasileiros conquistaram o primeiro lugar, que considera o número de quartos nas casas, a tendência de ter aquecedores e ar-condicionado e o uso de eletricidade “verde”, principalmente pelo uso de energia hidrelétrica, entre outras fontes renováveis. A pior colocação brasileira foi a do quesito alimentação, com a 16ª colocação, graças ao baixo consumo de frutas e legumes e à ingestão de carne em maior quantidade que outras nacionalidades. No consumo de carnes, o Brasil se iguala à Argentina.

“Essas pesquisas podem ajudar a orientar políticas públicas”, disse Castro. “A atitude do brasileiro mostra uma evolução. Notamos, por exemplo, o aumento da preocupação com as embalagens dos produtos".

Fonte: Agência Brasil