terça-feira, 9 de agosto de 2011

A nova geografia da fome


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O Ministro da Integração Nacional, Fernando Bezerra Coelho, confirmou nesta segunda, 8, no Recife, sua intenção de tirar do papel projeto que prevê cultivo da cana-de-açúcar no Semiárido brasileiro com base na irrigação (veja abaixo a apresentação). Na prática, significa a conversão de 122.400 hectares da caatinga (vegetação predominante da região) em canaviais. A justificativa é a de sempre: geração de emprego e renda.


O momento é oportuno para discutir a relação entre os custos e os benefícios do projeto para a sociedade e, por que não, para o meio ambiente.

Assim como o Centro-Oeste, o Semiárido é plano, o que favorece a colheita mecanizada. Ou seja, no lugar de gerar milhares de subempregos, como ocorre na Zona da Mata, as usinas do Sertão usarão máquinas para colher a cana. A renda, portanto, estará mais uma vez concentrada. E, novamente, com o favorecimento do governo, leia-se dinheiro público, já que a água virá do Canal do Sertão, um dos ramais da transposição do Rio São Francisco.

Sobre a caatinga, é a vegetação mais desprotegida do País, com menos de 1% inserido em unidades de conservação, quando organizações científicas internacionais recomendam, no mínimo, 10%.

Veja abaixo detalhes do projeto na apresentação feita pelo ministro Fernando Bezerra Coelho no Fórum Nordeste 2011, realizado no Paço Alfândega, Recife. Clique no Slideshare, à direita (quadro com as 4 setinhas na diagonal), para visualizar tela inteira e em ESC para retornar.





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