Estudo foi realizado em cinco Estados e no Distrito Federal com pessoas com 15 anos ou mais
Cor ou raça influencia na vida das pessoas para 63,7% dos brasileiros, segundo levantamento do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), divulgado nesta sexta-feira. A “Pesquisa das Características Étnico-Raciais da População: um Estudo das Categorias de Classificação de Cor ou Raça” foi
realizada em 2008, em uma amostra de cerca de
15 mil domicílios - com pessoas com 15 anos ou mais -, no Amazonas, Paraíba, São Paulo, Rio Grande do Sul, Mato Grosso e Distrito Federal.
No Distrito Federal, houve o maior percentual de resposta afirmativa (77%). O menor foi no Amazonas (54,8%). As mulheres apresentam percentual maior do que os homens: 66,8% delas disseram que a cor ou raça influenciava, contra 60,2% deles. Na divisão por grupos etários, os maiores índices ficaram com as pessoas de 25 a 39 anos (67,8%), seguidas pelas pessoas de 15 a 24 anos de idade (67,2%). Os dois grupos se alternam na liderança desse quesito em todos os Estados, mas no Distrito Federal o destaque é do grupo de 40 a 59 anos, com 79,5%.
Estado | Sim | Não | Não sabe |
Total | 63,7 | 33,5 | 2,8 |
Amazonas | 54,8 | 38,6 | 6,6 |
Paraíba | 63,0 | 30,7 | 6,3 |
São Paulo | 65,4 | 32,2 | 2,5 |
Rio Grande do Sul | 57,9 | 39,7 | 2,4 |
Mato Grosso | 59,6 | 36,8 | 3,5 |
Distrito Federal | 77,0 | 22,7 | 0,4 |
Sobre situações em que a cor ou raça influencia a vida das pessoas, em primeiro lugar aparece “trabalho” com 71%. Em seguida vêm a “relação com justiça/polícia” citada por 68,3%, “convívio social” (65%), “escola” (59,3%) e “repartições públicas” (51,3%).
O Distrito Federal se destacou com os maiores percentuais de percepção da influência da cor ou raça em quase todas as situações citadas, tais como “trabalho” (86,2%), “relação com justiça/polícia” (74,1%), “convívio social” (78,1%), “escola” (71,4%) e “repartições públicas” (68,3%). Apenas em “casamento”, a Paraíba ficou com 49,5% contra 48,1% do Distrito Federal.
Autoclassificação de cor e raça
Dos entrevistados, 96% afirmam que saberiam fazer sua autoclassificação no que diz respeito a cor ou raça. Ao ser indagada a cor ou raça (com resposta aberta), 65% dos entrevistados utilizaram uma das cinco categorias de classificação do IBGE: branca (49,0%), preta (1,4%), parda (13,6%), amarela (1,5%) e indígena (0,4%), além dos termos “morena” (21,7%, incluindo variantes “morena clara” e “morena escura”) e “negra” (7,8%).
Entre os Estados, o Amazonas se destacou com o menor percentual de respostas para cor “branca” (16,2%) e a maior proporção de uso do termo “morena” (49,2%). Já o maior percentual da resposta “negra” foi no Distrito Federal (10,9%), onde as respostas “branca” e “parda” tiveram proporções iguais (29,5%).
Cor da pele
Entre as dimensões de identificação oferecidas aos entrevistados, em relação à auto-identificação de cor ou raça, a que mais aparece é a “cor da pele”, citada por 74% dos entrevistados. Seguem “origem familiar” (62%) e “traços físicos” (54%).
Na identificação das “pessoas em geral”, a dimensão mais citada foi a “cor da pele” (82,3% dos entrevistados), seguida de “traços físicos (cabelo, boca, nariz, etc.)” (57,7%) e “origem familiar, antepassados” (47,6%).
iG São Paulo