O Senado aprovou na noite desta terça-feira projeto que reserva metade
das vagas nas universidades federais e nas escolas técnicas do país para
alunos que cursaram todo o ensino médio em colégios públicos.
Além disso, estabelece a divisão dessas vagas com base nas raças dos estudantes.
O projeto segue agora para sanção presidencial. Na prática, ele mais do
que dobra o total de vagas destinadas a cotas nas federais.
Levantamento da Folha nas 59 instituições federais mostra que
hoje há 52.190 vagas reservadas, de um total de 244.263. Com o projeto,
seriam então 122.131 --aumento de 134%.
O texto ainda prevê que as cotas devem ser prioritariamente ocupadas por
negros, pardos ou índios. A divisão deve considerar o tamanho de cada
uma dessas populações no Estado, segundo o censo mais recente do IBGE.
Se houver sobra de vagas, elas irão para os demais alunos das escolas públicas.
Dos 50% reservados para cotas, metade das vagas será destinada a alunos
com renda familiar de até R$ 933,00 por pessoa. Nesse grupo, também é
preciso respeitar o critério racial.
Assim, os 50% restantes das cotas podem ser ocupados por quem tem renda maior, desde que seja obedecido o critério racial.
O tema tramitava havia 13 anos no Congresso, mas, por ser polêmico, só
foi aprovado depois que o governo mobilizou aliados. A expectativa era
que fosse votado nesta quarta, mas o governo aproveitou o plenário cheio
na sessão para concluir a tramitação.
O projeto prevê que as cotas irão vigorar por dez anos. Depois disso,
haverá revisão do tema com o objetivo de verificar se o modelo deu
certo.
"É um período de transição para garantir a igualdade na seleção", disse a senadora Ana Rita (PT-ES), uma das relatoras do texto.
GABRIELA GUERREIRO
DE BRASÍLIA
quinta-feira, 9 de agosto de 2012
Dia Internacional das Populações Indígenas
Em 9 de agosto de 1992, reuniu-se, pela primeira vez, o Grupo de Trabalho sobre Populações Indígenas da Subcomissão sobre Promoção e Proteção de Direitos Humanos.
A Assembléia Geral da Organização das Nações Unidas (ONU) proclamou a data comemorativa em dezembro de 1994, e desde então, ela é comemorada todos os anos.
O dia internacional das populações indígenas é um passo importante para o reconhecimento das tradições e costumes de povos indígenas de todo o mundo.
É também uma forma de dar voz aos indígenas, principalmente no que concerne os direitos humanos.
No dia de hoje, devemos prestar uma homenagem à riqueza das tradições milenares indígenas e à contribuição desses povos para a diversidade cultural no mundo.
Devemos expressar a determinação de salvaguardar seus interesses e os seus direitos, onde quer que vivam.
O mundo tem cerca de 300 milhões de indígenas vivendo em mais de 70 países de todos os continentes e representando mais de 5.000 línguas e culturas.
É preciso reforçar os laços entre tradição e modernidade.
As novas tecnologias de informação e de comunicação devem ajudar na promoção e ao dar visibilidade às culturas indígenas vivas.
O conhecimento tradicional, o patrimônio tangível e, especialmente, o patrimônio intangível - que são o legado do passado e permanecem o suporte essencial da identidade e da memória - também carregam soluções de desenvolvimento para o futuro.
Este Dia Internacional proporciona-nos uma oportunidade de celebrar a riqueza das culturas indígenas e as contribuições das populações indígenas para a família humana. Mas, o que é ainda mais importante, é uma ocasião para os homens e as mulheres do mundo inteiro avaliarem a situação das populações indígenas no mundo de hoje e os esforços que é preciso fazer para melhorar a sua vida.
Há demasiado tempo que as populações indígenas são despojadas das suas terras, que as suas culturas são denegridas ou diretamente atacadas, que as suas línguas e costumes são relegados para segundo plano ou explorados e que os seus métodos sustentáveis de desenvolver os recursos naturais não são tomados em consideração. Algumas dessas populações enfrentam também a ameaça de extinção.
Fonte: ONU ; Unesco
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