domingo, 4 de setembro de 2011

empresas valorizam candidato que sabe controlar as emoções



Não apenas de inglês e experiência no exterior se faz um bom profissional. Se antes 
ter um currículo perfeito, com cursos de especialização e fluência em vários idiomas era 
fundamental, hoje, as prioridades são outras na hora de selecionar jovens para programas
de trainee. Algumas empresas, como a L’Oreal e a Unilever, já começaram a perceber 
que nem sempre porque tinham uma boa qualificação os candidatos apresentavam 
competência emocional e maturidade suficientes para exercer cargos de liderança.
Com o intuito de conhecer melhor o perfil dos candidatos, novos filtros e estratégias foram 
adotados pelas entidades. As etapas presenciais do processo seletivo e as dinâmicas de grupo
que só eram realizadas no final, impedindo que os jovens expressassem o modo de se 
conduzir em novas situações e suas expectativas em relação à empresa, passaram a ser mais 
valorizadas e, inclusive, servindo como critério decisivo. Métodos inovadores como games e 
chats onlines e até envio de vídeos também estão sendo utilizados pelas instituições 
para avaliar os candidatos. Essa mudança de ênfase do currículo acadêmico para o perfil 
comportamental dos jovens reduziu bastante o nível de abandono após os programas. 
Uma das empresas pioneiras dessa transição, a Whirlpool, obteve resultados positivos 
com a diversificação, chegando a ter quase 70% de retenção dos trainees.
As empresas deixam claro, porém, que a qualificação do profissional não deixa de ser
importante. No entanto, o argumento é que certas aptidões, como capacidade para inovar
e para trabalhar em equipe, são mais difíceis de adquirir uma vez que o jovem já foi 
contrato. Enquanto que cursos de inglês e de pós-graduação podem surgir como 
incentivo, inclusive financeiro, dos próprios empregadores mesmo após o ingresso
no cargo. Muitas vezes, investir na capacitação do funcionário vale mais a pena do que
lidar com pessoas arrogantes e despreparadas na hora de receber sugestões e críticas
e de executar difíceis tarefas.
Além da inteligência emocional, uma das maiores preocupações do processo de
seleção dos jovens profissionais é a identificação com a entidade. Ainda é muito comum
os jovens chegarem às entrevistas sem saberem do que se trata a empresa e de quais
funções ele pode desempenhar. Mostrar-se interessado e que conhece a história da
organização é sempre um diferencial. Ter um prévio conhecimento sobre a linha 
empresarial da instituição e sintonizar as expectativas com o que está sendo 
oferecido também podem minimizar as possíveis frustrações no futuro do jovem. 
Com isso, ganham o jovem e a instituição.