sexta-feira, 12 de agosto de 2011

Vulcão submarino entra em erupção nos Estados Unidos




Cientistas captaram imagens de água fervente saindo da cratera de um vulcão na costa do Oregon, nos Estados Unidos. Os pesquisadores estudam o vulcão submarino de Axial há 13 anos.



Fidel Castro faz 85 anos

 


O líder cubano Fidel Castro festeja neste sábado 85 anos, afastado do poder, depois de legar a seu irmão Raúl a gigantesca missão de reformar o esgotado modelo econômico socialista que vigorou na ilha durante meio século.

Durante o VI Congresso do Partido Comunista Cubano, Fidel Castro deixou o último cargo, a chefia do PCC, mas seu ideário é exaltado no discurso oficial, por diversos setores e líderes da América Latina.

Castro chega aos 85 anos no momento em que uma esquerda diversificada governa a região (Brasil, Venezuela, Equador, Peru, Bolívia, Argentina, Uruguai, Paraguai, El Salvador e Nicarágua). O que um dia sonhou conseguir pelas armas, chegou pelas urnas.

As celebrações do aniversário chegam ao auge na noite de sexta-feira com a "Serenata de la fidelidad", organizada pela Fundação do amigo e pintor equatoriano Oswaldo Guayasamín (1919-99), no Teatro Karl Marx de Havana, mas ainda não foi confirmada sua presença.

Depois de 48 anos no poder, Fidel foi acometido de doença grave, passando o comando ao irmão Raúl em 31 de julho de 2006, marcando o fim de uma era na história da ilha, de 11 milhões de habitantes que, paulatinamente, foram se acostumando a sua ausência.

Raúl impulsiona 300 medidas avalizadas em abril pelo VI Congresso do Partido Comunista (PCC), que incluem a abertura ao setor privado e ao capital externo, além dos cortes de um milhão de empregos e dos subsídios concedidos, como forma de desmontar o Estado paternalista de Fidel.

"Raúl está no comando. Fidel deu a ele autoridade para tomar decisões, mas ainda impõe limites, principalmente nas reformas, que seguem lentas, com cautela", disse à AFP Michael Schifter, presidente do Diálogo Interamericano, com sede em Washington.

Consagrando as reformas de seu irmão, Fidel causou impacto há um ano com a frase "o modelo cubano já não funciona nem sequer para nós mesmos".

"Seu momento histórico passou. O Congresso marca a consolidação de Raúl, que é pragmático e racional, mas não democrata, e está tentando resolver os erros e fracassos deixados por seu irmão. A Cuba de hoje não é a mesma que a de 2006", opinou o economista opositor Oscar Espinosa.

O aniversário o encontra ocupado com o tratamento contra o câncer, realizado em Cuba pelo presidente venezuelano Hugo Chávez, a quem investiu da responssabilidade de "herdeiro político", demonstrando sua "agudeza conspirativa", segundo o analista cubano Arturo López-Levy.

"Fidel é o grande conselheiro das decisões estratégicas no país. Na América Latina, é visto como um patriarca da esquerda que aconselha Chávez e reflete sobre os modelos socialistas e seus erros", acrescentou.

Homem das tribunas e dos discursos quilométricos, Fidel dedicou-se a escrever artigos na imprensa sobre os problemas mundiais - já somam 361 - a partir de seu retiro, na casa da zona oeste de Havana, onde vive com a mulher Dalia Soto del Valle.

"Apesar do afastamento, mantém a liderança dentro e fora de Cuba. Agora está publicando menos porque voltado para acompanhar a saúde de Chávez, mas está aí", disse Dayamí Arroyo, uma trabalhadora de 32 anos.

Na primeira etapa da enfermidade, o outrora barbudo guerrilheiro de uniforme verde oliva aparecia em vídeos e fotos; mas, há um ano, mostrou uma inesperada recuperação e saiu em público.

Filho de um imigrante galego latifundiário com uma camponesa cubana, nasceu em Birán (sudeste), sendo o único sobreviviente dos protagonistas de la Guerra Fria e uma das figuras mais polêmicas do século XX.

Governou sempre confrontado aos Estados Unidos, sendo considerado por seus seguidores um revolucionário humanista e, pelos opositores, um ditador.

Inimigos em Miami e Washington apostavam que a revolução em Cuba desapareceria quando morresse. Mas sua doença levou a uma sucessão em vida que criou um cenário não previsto por ninguém.

Para analistas, está em curso a transição ordenada numa Cuba diferente do modelo "Fidel no timão", sem os distúrbios pronosticados. À pergunta: o que acontecerá na ilha quando ele morrer?, a população responde: um funeral.

Fonte: AFP