quarta-feira, 20 de abril de 2011

Estabilidade econômica muda perfil das empregadas domésticas no país


Agências de emprego constataram que a maioria das domésticas prefere ser diarista, trabalhar como autônoma

Da Redação do G1
Elas não querem mais dormir no emprego e preferem ganhar diária. O perfil das empregadas domésticas brasileiras mudou. Elas cuidam de tudo: lavam, passam, arrumam e algumas até cozinham. Tornaram-se essenciais em muitos lares. Mas a estabilidade da economia nos últimos anos tem ajudado a mudar o perfil das empregadas domésticas.

“Hoje a profissional doméstica não tem mais interesse em dormir no emprego. Ela prefere dormir na casa dela, já que tem mais facilidade. Ela tem ar condicionado em casa, um ônibus só para voltar para casa. Elas preferem dormir com a família a dormir no quarto de empregada no emprego”, diz Aline Rivero, dona de agência de emprego.

Não é só elas querem escolher dias e horários para fazer o serviço. Agências de emprego constataram que hoje, pelo menos nas grandes cidades, a maioria das domésticas prefere ser diarista, trabalhar como autônoma. Dessa forma, ganham mais dinheiro, conseguem até mesmo tempo para estudar.

É o caso da diarista Neusa da Silva, que se tornou diarista depois de 15 anos como empregada doméstica. “Eu escolho os dias de trabalho. Estou estudando também. Esse ano termino a oitava série. Nunca estudei. Até para ser doméstica tem que ter estudo hoje em dia”, diz.

O trabalho doméstico cresce no país. De acordo com os dados mais recentes do IBGE, de 2006 a 2009, 500 mil novos empregados passaram a trabalhar nas casas brasileiras. São mais de sete milhões de profissionais. A maioria não tem carteira assinada. Alguns patrões, como Dona Lenir, incentivam as diaristas a não deixar de pagar o INSS, para garantir uma futura aposentadoria.

“Desde que entrou ela paga o INSS dela. Eu acho que ela está satisfeita e eu também, ela é boa, trabalha direito, todo mundo quer. Tem muito olho grande. Acho até que tenho que tomar um banho de sal grosso”, brinca Dona Lenir.

Mas atualmente ainda falta mão de obra no mercado. Se as empregadas mudaram, os patrões nem tanto. Muitos ainda sonham com a profissional à moda antiga.

“A grande maioria quer aquela profissional que dorme no emprego, que se dedique a sua casa, faz o café e a janta. Isso é cada vez mais raro”, aponta Aline Rivero, dona de agência de emprego.

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