Despertar o interesse dos alunos pela leitura é ainda um desafio para muitos docentes.Valendo-se de diferentes propostas, espaços e iniciativas, quatro educadores compartilharam algumas possibilidades de abordagem capazes de tornar mais inventiva e lúdica a aproximação com a leitura.
Eliana Chagas da Silva, Educação Infantil.
– Quais estratégias você aplica para alunos da educação infantil a fim de mobilizar o interesse pela leitura?
Diariamente temos ao final do dia um momento de mediação de leitura e uma roda de exploração livre de livros. Uma vez por semana temos o que chamamos de “tarde da literatura”, quando visitamos a biblioteca da creche e os alunos escolhem seus livros preferidos, contam histórias um para o outro, repetindo a introdução que eu costumo fazer para a história que é esta música do Palavra Cantada [dupla musical formada por Paulo Tatit e Sandra Peres] (com gestos):
Eu vou te contar uma história, agora, atenção!
Que começa aqui no meio da palma da tua mão
Bem no meio tem uma linha ligada ao coração
Quem sabia dessa história antes mesmo da canção?
Dá tua mão, dá tua mão, dá tua mão, dá tua mão…
Valéria Xavier Bernardes, Ensino Fundamental.
– Quais estratégias você aplica para alunos do ensino fundamental a fim de mobilizar o interesse pela leitura?
Promover a leitura entre os alunos, em qualquer nível, não é tarefa fácil. Uma possível solução seria envolvê-los ao ponto em que a leitura se torne algo necessário. Assim como faz a mídia, que cria no público consumidor a necessidade de ter de comprar algo. O professor precisa “vender seu peixe”, convencer o aluno, mostrando a ele a importância e aplicabilidade do conteúdo lido. Para isso, o professor pode antecipadamente falar sobre o tema, aguçando a curiosidade do aluno, além de propor uma discussão sobre o tema (um debate) após a leitura.
Fábio Tremonte, Ensino Médio.
– Quais estratégias você aplica para alunos do ensino médio a fim de mobilizar o interesse pela leitura?
No ensino médio ensinava História da Arte e tínhamos apenas um encontro de 50 minutos por semana. Como preparação para as aulas, entregava aos alunos, sempre com uma semana de antecedência, textos selecionados sobre o assunto a ser tratado na aula. Esses textos eram formados por trechos de diferentes livros selecionados por mim. Isso sanava a falta de livros sobre arte na biblioteca da escola e garantia, de certa forma, um certo repertório para que nossas aulas tivessem uma boa dinâmica, visto o tempo restrito que tínhamos.
Fábio Camarneiro, Ensino Superior.
– Quais estratégias você aplica para alunos do ensino superior a fim de mobilizar o interesse pela leitura?
A estratégia que considero menos recomendável (mas que ainda assim, de alguma maneira, utilizo) é a leitura obrigatória com atribuição de conceitos (em uma prova, etc.). Não é recomendável porque, sendo obrigatória, não desperta no aluno o interesse pela leitura. Fica como uma obrigação, algo que existe apenas como tarefa a ser cumprida. A melhor forma de incentivar a leitura, a meu ver, é sempre encaminhar as dúvidas dos alunos aos livros, trabalhando como intermediário. Quando o aluno faz a pergunta, sempre que possível, ao invés de simplesmente dar a resposta, indicar “você encontrará algo a respeito da sua dúvida em tal livro de tal autor”. O aluno percebe que os livros são aliados, são “amigos”, que podem lhe esclarecer.
Flávio Aquistapace
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