quarta-feira, 18 de maio de 2011

Estudo revela que mar avançou cerca de 300 metros em várias partes do NE


 

A pesquisa é da Universidade Federal do Ceará. As ondas ultrapassaram áreas que antes eram ocupadas por dunas e já deixaram casas destruídas.

A praia da Caponga é um destino turístico no litoral do Ceará, mas quando a maré sobe, quase toda a faixa de areia é tomada pela água.

Em 25 quilômetros do litoral cearense, a água avançou até 300 metros, de 1990 até hoje. Onde hoje há casas, antes havia dunas, que faziam uma barreira natural e freavam o avanço do mar.

“Ocupando as praias, as dunas e os manguezais, gera-se uma diminuição de areia na faixa de praia e as ondas e marés não param nunca de trabalhar”, explica Jeová Meireles, pesquisador.
Há ruas em que só restam pedaços de poste de iluminação e de um calçadão. Foram construídos espigões para controlar a força da maré, depois vieram as barreiras com pedras e arame, mas nada adiantou. Muitos moradores já decidiram abandonar as casas.

Na praia do Icaraí, a 35 quilômetros de Fortaleza, o mar avançou tanto nos últimos anos que praticamente nenhuma barraca resistiu à força da maré. Em alguns espaços, só tem pedras e entulhos e em outros, como este aqui, ainda dá pra ver o que sobrou de antigos espaços de lazer.

A situação se repete em outros estados do Nordeste. Na divisa da Bahia com Sergipe, o mar chegou até o cemitério da cidade. Os moradores tentam usar cerca de tronco de coqueiro e não conseguem conter a água.

Em Sergipe, as marés estão cada vez mais violentas e já destruíram várias casas que ficavam à beira-mar.
E o que fazer agora, depois que o mar já chegou onde não deveria? "Num primeiro momento, seria retirar essas obras construídas em locais que aumentam o processo erosivo e num segundo momento passa pela construção de obras de engenharia que guardam certos volumes de areia entre um espigão e outro", diz Jeová Meireles, pesquisador.

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