Em meio à grita interminável por causa das mudanças no Código Florestal do Brasil, a Organização Internacional das Madeiras Tropicais (Itto, na sigla em inglês) divulgou nesta semana um levantamento que afirma que 90% das florestas tropicais do mundo não recebem proteção adequada.
Mas, o Brasil ficou entre os países em que foram constatados "avanços notáveis", ao lado do Gabão, Peru, Guiana e Malásia. Ironicamente, a legislação destes países, inclusive a brasileira - talvez prestes a ser mudada - foi considerada "progressista".
Será que os elogios seriam mantidos diante da "nova" versão do Código Florestal?
O relatório Status of Tropical Forest Management 2011 (Estado do Manejo de Florestas Tropicais, em tradução livre) levou em conta dados de 33 países com grande cobertura florestal, entre eles o Brasil, e concluiu que o número de florestas com algum tipo de plano de manejo sustentável subiu 50% nos últimos cinco anos.
A Itto é uma organização de comércio pró-sustentabilidade que reúne 60 países-membros, responsáveis por 90% do comércio de madeira no mundo.
A área total considerada sob manejo sustentável passou de 36 milhões de hectares a 53 milhões de hectares no período. Ao todo, os países estudados representam 760 milhões de hectares de florestas (dos quais, a Floresta Amazônica cerca de 500 milhões são da Floresta Amazônica)
A Itto também avaliou a força das instituições em cada país e a melhora na fiscalização in loco. Nisso, o Brasil também vinha bem: o desmatamento da Amazônia, que chegou a 27 mil km2 em 2004, caiu para "apenas" 6,5 mil km2 no ano passado.
do bbc brasil
Obviamente, o levantamento foi concluído antes de os dados do sistema de monitoramento por satélite (Deter), do Inpa, referentes a agosto de 2010 até abril deste ano terem sido divulgados no Brasil, apontando um aumento de 27% em relação ao período anterior. O relatório da Itto também prevê que as pressões sobre o desmatamento devem continuar levando a um aumento nestas taxas em todo mundo.
Mas nem tudo é má notícia no levantamento. Além de concluir que metade das florestas está mais bem manejada hoje do que há cinco anos, ele também lembra que iniciativas de Redd (Redução de Emissões por Desmatamento ou Degradação) já existem em todos os grandes países com florestas e que se a ONU conseguir trazer à vida uma legislação internacional para Redd, grandes avanços podem ser feitos.
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