A Seeduc (Secretaria Estadual de Educação do Rio de Janeiro) vai
contratar 12 professores indígenas da etnia guarani, para reforçar a
equipe dedicada aos anos iniciais do ensino fundamental nas unidades
escolares indígenas pertencentes à rede. Os docentes vão assumir as
turmas no segundo semestre deste ano. As inscrições começaram hoje (12) e
terminam amanhã (13), às 23h59.
Para participar, os candidatos terão que comprovar domínio da língua indígena guarani mbya, além de ter declaração expedida pela Funai (Fundação Nacional do Índio ) de que pertencem à etnia guarani e/ou de que residem em terras habitadas por integrantes da comunidade.
De acordo com a assessora especial da Superintendência Pedagógica da Seeduc, Inês dos Santos da Silva, o conteúdo programático nas unidades indígenas é semelhante ao das escolas regulares, mas é contextualizado com a realidade local, os costumes e tradições da etnia.
“Nós fazemos reuniões periódicas com as lideranças indígenas locais para ver de que forma tudo isso pode ser contextualizado e adaptado à cultura deles. Então, os alunos têm, por exemplo, aula de matemática e de português, mas nesse processo também são abordados transversalmente os hábitos alimentares e a religiosidade própria”, explicou.
Segundo ela, as aulas são ministradas em português, mas há situações em que o professor precisa se comunicar em guarani, já que há palavras que não têm tradução. “Além disso, é comum os alunos se comunicarem entre si e com o professor em sua língua própria. Para eles, é natural”, contou.
De acordo com Inês dos Santos da Silva, a estrutura física das unidades de ensino, que são construídas pelos moradores das aldeias, também segue padrões típicos. “Elas não têm o aspecto retangular com o que estamos acostumados, mas um formato sextavado, além de telhados e janelas feitos de madeira. Nas paredes também há pinturas características da etnia”, acrescentou.
A rede estadual conta com três unidades de ensino indígenas: a Escola Indígena Estadual Karai Kuery Renda, localizada na Aldeia Sapukai, em Bracuí, distrito de Angra dos Reis, na costa sul fluminense; e as salas de extensão Karai Oka, na Aldeia Araponga, em Paraty, e Tava Mirim, na Aldeia Itatiim, em Paraty Mirim, ambas também na costa sul fluminense.
De acordo com a assessora especial da Seeduc, as unidades atendem aproximadamente 180 alunos e contam com uma equipe de seis professores.
Para se inscrever no processo seletivo, os interessados devem preencher o formulário no site da secretaria. Caso o candidato não tenha acesso à internet, a inscrição poderá ser feita nas coordenações de Gestão de Pessoas das regionais Médio Paraíba (Rua São João, 651, São João, Volta Redonda) e Baixadas Litorâneas (Rua José Clemente, 17, centro, Niterói).
Segundo o Centro de Assessoria Intercultural Kondó, associação civil sem fins lucrativos que desenvolve projetos educativos e culturais entre os guaranis de Angra dos Reis, atualmente vivem cerca de 35 mil índios dessa etnia no território brasileiro e cerca de 90 mil na Bolívia, Argentina e no Paraguai.
Thais Leitão
Para participar, os candidatos terão que comprovar domínio da língua indígena guarani mbya, além de ter declaração expedida pela Funai (Fundação Nacional do Índio ) de que pertencem à etnia guarani e/ou de que residem em terras habitadas por integrantes da comunidade.
De acordo com a assessora especial da Superintendência Pedagógica da Seeduc, Inês dos Santos da Silva, o conteúdo programático nas unidades indígenas é semelhante ao das escolas regulares, mas é contextualizado com a realidade local, os costumes e tradições da etnia.
“Nós fazemos reuniões periódicas com as lideranças indígenas locais para ver de que forma tudo isso pode ser contextualizado e adaptado à cultura deles. Então, os alunos têm, por exemplo, aula de matemática e de português, mas nesse processo também são abordados transversalmente os hábitos alimentares e a religiosidade própria”, explicou.
Segundo ela, as aulas são ministradas em português, mas há situações em que o professor precisa se comunicar em guarani, já que há palavras que não têm tradução. “Além disso, é comum os alunos se comunicarem entre si e com o professor em sua língua própria. Para eles, é natural”, contou.
De acordo com Inês dos Santos da Silva, a estrutura física das unidades de ensino, que são construídas pelos moradores das aldeias, também segue padrões típicos. “Elas não têm o aspecto retangular com o que estamos acostumados, mas um formato sextavado, além de telhados e janelas feitos de madeira. Nas paredes também há pinturas características da etnia”, acrescentou.
A rede estadual conta com três unidades de ensino indígenas: a Escola Indígena Estadual Karai Kuery Renda, localizada na Aldeia Sapukai, em Bracuí, distrito de Angra dos Reis, na costa sul fluminense; e as salas de extensão Karai Oka, na Aldeia Araponga, em Paraty, e Tava Mirim, na Aldeia Itatiim, em Paraty Mirim, ambas também na costa sul fluminense.
De acordo com a assessora especial da Seeduc, as unidades atendem aproximadamente 180 alunos e contam com uma equipe de seis professores.
Para se inscrever no processo seletivo, os interessados devem preencher o formulário no site da secretaria. Caso o candidato não tenha acesso à internet, a inscrição poderá ser feita nas coordenações de Gestão de Pessoas das regionais Médio Paraíba (Rua São João, 651, São João, Volta Redonda) e Baixadas Litorâneas (Rua José Clemente, 17, centro, Niterói).
Segundo o Centro de Assessoria Intercultural Kondó, associação civil sem fins lucrativos que desenvolve projetos educativos e culturais entre os guaranis de Angra dos Reis, atualmente vivem cerca de 35 mil índios dessa etnia no território brasileiro e cerca de 90 mil na Bolívia, Argentina e no Paraguai.
Thais Leitão
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