terça-feira, 15 de janeiro de 2013

Uma nova guerra a vista ?


mapa crise mali (Foto: Arte/G1)

Entenda a crise no Mali

País está dividido desde março de 2012, com norte dominado por islamitas.
França enviou tropas para ajudar governo a retomar território.



 Mais presente no noticiário internacional nos últimos dias devido ao aumento da intervenção francesa, o Mali vive uma crise interna desde março de 2012, quando militantes islâmicos tomaram conta do norte do país e o dividiram em dois.

A ofensiva desencadeou um golpe militar, que levou os rebeldes islâmicos a reforçarem sua intervenção, declarando independência unilateral do norte - o que fez com que o ocidente temesse que a área se tornasse um santuário para extremistas.

A área tomada pelos rebeldes, classificada como estado de Azawad, e um pouco maior que a França em território, e compreende cerca de dois terços da área do país. Desde o início da revolta, os rebeldes passaram a avançar cada vez mais em direção ao sul – no dia 14 de janeiro, eles estavam a cerca de 400 km da capital, Bamako.

Desde o início da crise – a maior no país desde 1960, quando se tornou independente da França – o Mali já enviou quase 150 mil refugiados aos países vizinhos, segundo dados do Acnur, agência da ONU para os refugiados. Também há cerca de 230 mil deslocados internos, segundo o escritório de Assuntos Humanitários da ONU. Os refugiados estão na Mauritânia (54.100), em Níger (50 mil), em Burkina Faso (38.800) e na Argélia (1.500).

Mulheres protestam contra crise no Mali (Foto: Reuters) 
Mulheres protestam contra crise no Mali (Foto: Reuters)
No início de 2013, os grupos islamitas ligados à Al-Qaeda levaram a França a entrar no conflito ao avançar de seu reduto, no norte do Mali, para regiões controladas pelo governo.

A França e seus aliados planejavam dedicar os primeiros meses de 2013 à reconstrução do Exército do país, decomposto pelo golpe, pois se acreditava que não haveria nenhuma ofensiva islamita antes de setembro.

Entretanto, a França fez uma repentina intervenção no dia 11 de janeiro, com a mobilização de soldados em Bamako, e fortes bombardeios nos dias seguintes em uma vasta área desértica dominada pela aliança islâmica.

O país justificou-se afirmando que a operação impediu que os rebeldes tomassem a capital – o pedido foi feito pelo presidente Dioncounda Traoré após os rebeldes tomarem a cidade de Konna.

O presidente da França, François Hollande, disse que o objetivo do seu governo é apenas dar apoio a uma missão militar do bloco regional Ecowas para recuperar o norte do Mali, conforme prevê uma resolução de dezembro do Conselho de Segurança da ONU. No mesmo dia, o bloco regional autorizou a mobilização de tropas.

Além da França, Reino Unido e Canadá também se envolveram nos combates, enviando aviões cargueiros para o governo do Mali.

O governo francês está determinado a acabar com o domínio islâmico no norte da sua ex-colônia, devido aos temores de que essa região se torne uma base de lançamento para ataques contra o Ocidente e para uma coordenação com a Al Qaeda no Iêmen, Somália e norte da África.

A França pede um envolvimento mais rápido das forças da Comunidade Econômica dos Países do Oeste da África (Cedeao, siglas em francês). Por ora, alguns países como Burkina Faso, Nigéria e Senegal se comprometeram a contribuir com 500 soldados cada um.


Do G1, com agências internacionais
editado por escolavirtual1

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