A média nacional é de 9,6%; o abandono escolar chega a 15% nas séries finais do ensino fundamental; entre os dez estados de todo o país onde os professores ganham menos, sete são da região
Da Redação do G1
Em todo o Nordeste mais de 9,5 milhões de crianças estão matriculadas no ensino fundamental em cerca de 66 mil escolas. São 424 mil professores com um problema em comum: “O professor no Brasil ganha mal e, particularmente no Nordeste, ganha mal”, contou Luciana Marques, do Departamento de Educação da UFPE.
Entre os dez estados de todo o país onde os professores ganham menos, sete são do Nordeste. Os professores de Pernambuco têm o pior salário: R$ 1.219, bem menos que a média nacional que é de R$ 1.745.
“A sociedade brasileira não prioriza a educação. A partir do momento em que não é prioridade número 1 do governante, seja o governador ou o prefeito, ele não prioriza a profissão, em termos de um salário adequado, em termos de uma carreira promissora. E, com isso, o Brasil vem perdendo pontos do ponto de vista do seu desenvolvimento educacional”, declarou o conselheiro do Todos pela Educação Mozart Ramos.
A lei estabelece um piso de R$ 1.187 para todos os professores da educação básica com jornada de 40 horas semanais, sem contar os benefícios.
“O piso é uma perspectiva de melhoria salarial”, disse Luciana Marques.
“É preciso estruturar o salário inicial com a carreira, motivação, trazer a motivação para dentro da escola e assim a gente vai começar a fazer a mudança nesse jogo”, destacou o conselheiro do Todos pela Educação.
Quem sabe mais motivado o professor possa transformar dois dados preocupantes: na população com mais de 15 anos, a taxa de analfabetismo no Nordeste é de 19,1%, quase o dobro da média nacional, que é de 9,6%, e o abandono escolar que chega a 15% nas séries finais do ensino fundamental.
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