segunda-feira, 21 de janeiro de 2013

Governo vai autorizar R$ 394 milhões para obras do Projeto São Francisco


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O ministro da Integração Nacional, Fernando Bezerra Coelho, assina nesta segunda-feira (21), às 9h30, em Salgueiro (PE), uma ordem de serviço no valor de R$ 394,4 milhões para obras do Projeto São Francisco.

A ordem de serviço contempla atividades de instalação de canteiro, mobilização imediata de trabalhadores, barragens, passarelas, pontes, canais e túnel. Esta meta tem por objetivo a captação do Rio São Francisco no município de Cabrobó (PE) até o reservatório de Jati, no Ceará.

A ordem de serviço para obras complementares vai permitir a contratação de mais 600 trabalhadores na região de Cabrobó (PE), Salgueiro (PE), Verdejante (PE), Penaforte (CE) e Jati (CE). Atualmente, já são 1,4 mil funcionários trabalhando na Meta 1N, que deve estar concluída no segundo semestre de 2014 e ter investimento total de R$ 772,1 milhões.  

Dos 16 lotes da obra, um já está concluído e nove estão em atividade. O Projeto de Integração do Rio São Francisco com Bacias Hidrográficas do Nordeste Setentrional faz parte do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) e apresenta 43% de execução. O empreendimento tem o objetivo de aumentar e garantir a segurança hídrica do Nordeste Setentrional nos estados de Pernambuco, Ceará, Paraíba e Rio Grande do Norte.

No final do ano passado, o ministro estimou que os investimentos em barragens, adutoras e outras obras de infraestrutura para enfrentamento de secas extremas e outros fenômenos climáticos pode ultrapassar R$ 5 bilhões em 2013.
Fonte: Agência Brasil

sexta-feira, 18 de janeiro de 2013

Rio Capibaribe será canal de transporte no Recife a partir de março de 2014


Dragagem de 13,9 km do curso começou nesta quinta
 (Foto: Alexandre Gondim/JC Imagem)

Por Gabriela López, do Blog de Jamildo
Se tudo ocorrer como previsto, a partir de março de 2014 os recifenses poderão utilizar o Rio Capibaribe como canal de transporte público. Após superar um tropeço com o Ministério Público de Pernambuco (MPPE), foi iniciada nesta quinta-feira (17) a dragagem do curso. Avaliado em R$ 101 milhões  o serviço de remoção de restrições à navegabilidade - como lixo, escombros e parte da vegetação - deverá durar 18 meses. Quando o projeto estiver pronto, 12 embarcações deverão transportar cerca de 335 mil passageiros por mês, com a realização de 156 viagens diárias, desafogando as vias terrestres.
Em novembro do ano passado, a promotora de Justiça Belize Câmara recomendou a suspensão da autorização ambiental de dragagem, argumentando que não foi produzido o Estudo de Impacto Ambiental e o Relatório de Impacto Ambiental (EIA/Rima) para a obra e que uma mera autorização não substituia aqueles documentos, exigidos por lei e por resoluções do Conselho Nacional do Meio Ambiente (Conama). Entretanto, em uma reunião entre representantes do MPPE e da Agência de Meio Ambiente (CPRH) nessa terça (15), ficou acordado que promotores vão analisar um Plano de Controle Ambiental elaborado pela CPRH para ver se seu conteúdo equivale a um Estudo de Impacto Ambiental e o início da dragagem foi "liberado".

trabalho será realizado pelo consórcio ETC&Brasília Guaíba, vencedor do processo licitatório Nº 009/2012, realizado em novembro do ano passado, e será dividido em duas etapas. Primeiro, será retirado o material contaminado (como metais pesados e esgoto) da camada inicial, que será levado para um terreno localizado na BR-101, onde passarão por análise da bacia de contenção e, em seguida, seguem para um aterro sanitário. Em seguida, será feita a retirada dos objetos não contaminados com uma escavadeira, os quais serão despejados no bota-fora oceânico, a uma distância de seis milhas báutica da costa litorânea.

Moradora do entorno do Parque de Santana, na Zona Norte da capital, onde ocorreu a cerimônia de início da dragagem, a jornalista Adriana Areias, 24 anos, demonstrou otimismo com o projeto. "Vai desafogar bastante o trânsito e melhorar o meio ambiente, já que as pessoas vão deixar os carros em casa. Hoje, eu demoro uma hora e meia para ir ao Centro. Já vi que tem uma estação lá, então acho que vou otimizar o tempo", contou.

Ao mesmo tempo, ela observou que o varredor responsável pela limpeza do parque próximo à área onde foi montado um palco para os discursos do governador Eduardo Campos (PSB) e do prefeito do Recife, Geraldo Julio (PSB), estava jogando os entulhos na direção do rio. "Só porque o governador vem aqui tem que jogar o lixo no rio?", reclamou.

Já o líder comunitário da Vila Santa Luzia, 35 anos, alertou para o fato de que a população que mora em palafitas da terceita etapa da comunidade Abençoada por Deus, às margens do Capibaribe, espera ser retirada da área para um habitacional, cujo projeto sequer foi elaborado. "As família da primeira etapa já estão em um habitacional. As da segunda estão esperando o habitacional ficar pronto, mas pelo menos estão recebendo auxílio-moradia", explicou.

Ele também disse que pleiteia com a Secretaria das Cidades para que os trabalhadores recrutados para as obras das estações sejam das comunidades do entorno. O projeto abrangerá oito áreas da capital pernambucana: Santo Antônio, São José, Boa Vista, Santo Amaro, Centro, Derby, Torre e Apipucos.

No próximo mês, o Governo do Estado começará o processo de licitação para a construção das sete estações de embarque e desembarque de passageiros. Os terminais serão construídos em locais que permitam a integração com os sistemas de ônibus e metrô e terão guichês para emissão de bilhetes, banheiros, estacionamento e bicicletário.

Veja as estações:

quinta-feira, 17 de janeiro de 2013

Mudança climática faz os meses ficarem cada vez mais quentes


PARIS - Está cada vez mais claro que a mudança climática ligada à atividade humana é responsável pelo fato de os meses estarem ficando mais quentes a cada mês em todo o mundo, assegura um estudo divulgado esta semana.
Há em média cinco vezes mais meses com recordes de temperatura, que não seriam registradas se não fosse pela mudança climática", indicam os pesquisadores do Potsdam Institute for Climate Impact Research (PIK) e da Universidade Complutense de Madri no artigo publicado na revista científica Climatic Change.
"Em algumas partes de Europa, África e Ásia do Sul, o número de meses recorde foi multiplicado, inclusive por dez", indicam os autores que consideram que "80% destes recordes de temperaturas mensais não seriam registrados sem a influência do homem no clima".
Os pesquisadores desenvolveram um modelo estatístico com base em 131 anos de dados mensais de temperatura em mais de 12.000 lugares do planeta, fornecidos pela Nasa. A frequência dos recordes aumentou muito nos últimos 40 anos e não pode ser explicada por fenômenos naturais como el miño, afirma o estudo.
"As estatísticas por si mesmas não podem dizer qual é a causa de uma onda de calor, mas mostram um aumento importante e sistemático de muitos recordes de calor, que podem ser atribuídos à mudança climática", afirma Stefan Rahmstorf, coautor do estudo. "A ciência é clara: apenas uma pequena parte desses episódios se deve a causas naturais", alerta.
Da Agência France Presse,

quarta-feira, 16 de janeiro de 2013

Poluição do ar mata mais que colesterol



Altas concentrações de poluente na atmosfera provocados pelas emissões de veículos a diesel já são um risco à saúde maior do que níveis elevados de colesterol. O alerta foi feito no ano passado por uma pesquisa divulgada na revista científica Lancet. De acordo com o levantamento, 3,2 milhões de pessoas morreram em decorrência de poluição em 2010, especialmente na Ásia. Em 1990 eram cerca de 800 mil.



O Estado de S.Paulo

Empresária transforma ciclofaixa em rota turística no centro de São Paulo


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Negócio já fatura mais de R$ 1 milhão ao levar turistas para a Europa e agora oferece serviço semelhante na capital



O interesse do paulistano pelas ciclofaixas – que só abrem aos finais de semana e feriados e chegam a atrair 120 mil pessoas por dia – despertou a atenção da empresária Adriana Kroehne, dona da Bike Expedition. Ela acaba de lançar um passeio monitorado pela capital paulista e usa como rota um percurso de 30 quilômetros que se estende pela região central da cidade.
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Os alvos de Adriana são empresas em busca de experiências e ações de relacionamento para executivos e clientes – brasileiros ou não. A ideia, diz a empreendedora, é correr para marcar posição em um setor cuja demanda começou a ganhar corpo nos últimos seis anos por conta da tendência global de usar a bicicleta como alternativa de transporte em grandes cidades.

“Esse é um produto com demanda no mundo inteiro, mas que sempre foi inviável em São Paulo por falta de estrutura. A gente simplesmente não quer colocar as pessoas em cima de bicicletas durante a semana e no meio do trânsito”, afirma Adriana, que há onze anos organiza pedaladas para turistas brasileiros em viagens à Europa.

O negócio ainda ocupa espaço incipiente nos resultados da pequena empresa, que neste ano vai faturar R$ 1,2 milhão após levar 30 grupos de até 12 pessoas a destinos como a Provença, no sudeste da França, ou Toscana, que integra províncias italianas famosas como Siena, Florença e Pisa.


Lançado há menos de um mês, o passeio por São Paulo dura três horas e custa R$ 180, incluindo o empréstimo da bicicleta, os acessórios de segurança e regalias como frutas, água, isotônicos e até um veículo - ele acompanha os ciclistas para que os mais casados possam relaxar.
 
“A dinâmica não é diferente dos nossos passeios na Europa. Montamos uma estrutura com guia, mecânico e um carro de apoio. No caso, levamos uma van com duas mesas montadas com alimentos e bebidas”, conta Adriana, que não gastou nada para lançar o produto. “O que teria de investir, para conhecer o mercado, fazer levantamentos, estudo de mercado, entrar nas agências, isso tudo a gente já tem”, destaca.

Negócio. Para Andrea Nakane, coordenadora da graduação de turismo da Universidade Anhembi Morumbi, a aposta em faturar com pedaladas por São Paulo tende a ser um negócio promissor, embora a empresa de Adriana Kroehne arque com os ônus de iniciar o modelo de negócio no Brasil.
“É um mercado a ser iniciado. A gente acredita que a evolução do cicloturismo demora a acontecer no País por conta da falta de infraestrutura. Mas é uma forte tendência no desenvolvimento de produtos turísticos, ainda não em São Paulo, mas no Rio de Janeiro, Fortaleza, Recife e Curitiba”, afirma.

Segundo ela, há uma expectativa entre especialistas que o País, à sua maneira, siga o que acontece principalmente na Ásia e Europa, onde o uso de bicicletas como veículo de locomoção do turista é fortemente disseminado.

“A ciclofaixa deve ajudar nesse movimento. A gente brinca que visitar Amsterdã e não passear na cidade sobre as duas rodas da bicicleta é como ir a Roma e não ver o Papa. Andar de bicicleta por lá já se tornou uma verdadeira atração turística disponível para o visitante”, afirma.

Malha. De acordo com a Companhia de Engenharia de Tráfego (CET), São Paulo tem 230 quilômetros de malha cicloviária, entre ciclovias e ciclofaixas. Números do Ministério das Cidades apontam para 2,5 mil quilômetros de ciclovias e ciclofaixas no Brasil, para um total de 75 milhões de bicicletas.

Renato Jakitas, Estadão PME

terça-feira, 15 de janeiro de 2013

Uma nova guerra a vista ?


mapa crise mali (Foto: Arte/G1)

Entenda a crise no Mali

País está dividido desde março de 2012, com norte dominado por islamitas.
França enviou tropas para ajudar governo a retomar território.



 Mais presente no noticiário internacional nos últimos dias devido ao aumento da intervenção francesa, o Mali vive uma crise interna desde março de 2012, quando militantes islâmicos tomaram conta do norte do país e o dividiram em dois.

A ofensiva desencadeou um golpe militar, que levou os rebeldes islâmicos a reforçarem sua intervenção, declarando independência unilateral do norte - o que fez com que o ocidente temesse que a área se tornasse um santuário para extremistas.

A área tomada pelos rebeldes, classificada como estado de Azawad, e um pouco maior que a França em território, e compreende cerca de dois terços da área do país. Desde o início da revolta, os rebeldes passaram a avançar cada vez mais em direção ao sul – no dia 14 de janeiro, eles estavam a cerca de 400 km da capital, Bamako.

Desde o início da crise – a maior no país desde 1960, quando se tornou independente da França – o Mali já enviou quase 150 mil refugiados aos países vizinhos, segundo dados do Acnur, agência da ONU para os refugiados. Também há cerca de 230 mil deslocados internos, segundo o escritório de Assuntos Humanitários da ONU. Os refugiados estão na Mauritânia (54.100), em Níger (50 mil), em Burkina Faso (38.800) e na Argélia (1.500).

Mulheres protestam contra crise no Mali (Foto: Reuters) 
Mulheres protestam contra crise no Mali (Foto: Reuters)
No início de 2013, os grupos islamitas ligados à Al-Qaeda levaram a França a entrar no conflito ao avançar de seu reduto, no norte do Mali, para regiões controladas pelo governo.

A França e seus aliados planejavam dedicar os primeiros meses de 2013 à reconstrução do Exército do país, decomposto pelo golpe, pois se acreditava que não haveria nenhuma ofensiva islamita antes de setembro.

Entretanto, a França fez uma repentina intervenção no dia 11 de janeiro, com a mobilização de soldados em Bamako, e fortes bombardeios nos dias seguintes em uma vasta área desértica dominada pela aliança islâmica.

O país justificou-se afirmando que a operação impediu que os rebeldes tomassem a capital – o pedido foi feito pelo presidente Dioncounda Traoré após os rebeldes tomarem a cidade de Konna.

O presidente da França, François Hollande, disse que o objetivo do seu governo é apenas dar apoio a uma missão militar do bloco regional Ecowas para recuperar o norte do Mali, conforme prevê uma resolução de dezembro do Conselho de Segurança da ONU. No mesmo dia, o bloco regional autorizou a mobilização de tropas.

Além da França, Reino Unido e Canadá também se envolveram nos combates, enviando aviões cargueiros para o governo do Mali.

O governo francês está determinado a acabar com o domínio islâmico no norte da sua ex-colônia, devido aos temores de que essa região se torne uma base de lançamento para ataques contra o Ocidente e para uma coordenação com a Al Qaeda no Iêmen, Somália e norte da África.

A França pede um envolvimento mais rápido das forças da Comunidade Econômica dos Países do Oeste da África (Cedeao, siglas em francês). Por ora, alguns países como Burkina Faso, Nigéria e Senegal se comprometeram a contribuir com 500 soldados cada um.


Do G1, com agências internacionais
editado por escolavirtual1

segunda-feira, 14 de janeiro de 2013

Brasil tem mais de uma Itaipu em energia em bagaço de cana-de-açúcar


Eletricidade produzida em usinas de açúcar pouparia 5% dos reservatórios.
Represas do Sudeste registraram nível mais abaixo nos últimos 10 anos.

Apesar do aumento de 0,37% no nível dos reservatórios das regiões Sudeste e Centro-Oeste registrado pela Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS) no último final de semana e da negativa do Governo Federal sobre um risco de apagão, especialistas do setor sucroalcooleiro afirmam que a energia elétrica produzida através do bagaço da cana-de-açúcar poderia poupar até 5% das represas no período mais crítico da estiagem, evitando o risco de racionamento.

O diretor da União das Indústrias de Cana-de-Açúcar (Única), Sérgio Prado, explica que a época da seca - entre abril e novembro - acontece justamente no período em que as usinas de São Paulo e Minas Gerais estão moendo a cana para produzir açúcar e etanol e, consequentemente, gerando energia elétrica através da queima do bagaço.

Poderíamos economizar água no momento em que estamos processando a cana. Ninguém tem a pretensão de achar que a energia da biomassa será dominante no país. O caso não é esse, mas temos condições de produzir um volume considerável de eletricidade”, diz.

Segundo dados da Unica, todas as 440 usinas do Brasil já utilizam o recurso para abastecer as próprias unidades e não precisam comprar eletricidade de concessionárias para funcionar. O problema é que a falta de investimento público faz com que apenas 90 consigam vender o excedente para o sistema nacional.

“Mesmo assim, o que é vendido representa 5% do total consumido no país. Em plena capacidade de produção, todas as usinas juntas poderiam gerar 15.300 megawatts (MW), o equivalente a pouco mais de uma Itaipu”, afirma Prado.

Mais barato
O engenheiro eletricista Arthur Padovani, especialista em sistemas de cogeração de biomassa pela Universidade de São Paulo (USP), afirma que a alternativa teria reflexos positivos inclusive no preço para o consumidor final, porque os custos para geração de energia a partir do bagaço da cana são mais competitivos. Segundo ele, um quilowatt/hora (KW/h) instalado produzido pela biomassa custa, em média, R$ 3,5 mil. No caso da energia hidráulica, esse valor é de R$ 7,5 mil por KW/h.


“A cogeração tem custo bastante baixo de insumo porque, como o próprio nome diz, é uma consequência da produção do açúcar e do etanol”, explica o engenheiro, destacando que o tempo de implantação de uma hidrelétrica também é dez vezes maior. “Vejamos o exemplo de Belo Monte, que até hoje enfrenta impasses. Um sistema de uma usina de açúcar é implantado em dois anos.”

Concorrência

Com custo de produção mais barato que o bagaço da cana, a energia eólica tem o  custo de R$ 2 mil por KW/h, sendo uma das mais baratas do pais.  No entanto, esse tipo de geração não é vista com bons olhos pelo especialista. Padovani se baseia em dados da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), que apontam 1.158 MW gerados pelo vento prontos para serem disponibilizados, mas que ainda dependem da construção de linhas de transmissão para fazer a conexão dos parques eólicos à rede.


Outra concorrente são as usinas termelétricas, as quais o governo recorreu este ano para suprir o aumento da demanda energética. Em termos ambientais e financeiros, o engenheiro afirma que o bagaço de cana, nesse caso, também é mais vantajoso.

Padovani critica o fato de as termelétricas dependerem da queima de gás ou óleo combustível, que são altamente poluentes, critica Padovani. “Não temos gás no país e dependemos do mercado internacional. Hoje, a Petrobrás está gastando US$ 10 milhões por dia com importação de gás. Essa demanda vai ter que ser repassada para alguém”, afirma.

Planejamento

Para o engenheiro mecânico José Luz Silveira, coordenador do Laboratório de Otimização de Sistemas Energéticos da Universidade Estadual de São Paulo (Unesp), apesar de a energia elétrica gerada pelo resíduo da cana ser importante no cenário brasileiro, ainda enfrenta limitações, como a falta de linhas coletoras para interligar as usinas de açúcar ao sistema nacional.


Segundo Silveira, o projeto é difícil de ser aplicado por causa de questões técnicas que protejam a rede de sobrecargas durante a transmissão. “Não dá para pensar nas usinas de açúcar suprindo o Brasil. O que deve ser feito agora é ligar as termelétricas e planejar os próximos anos. O Brasil tem uma capacidade instalada grande, mas o uso per capita de energia é pequeno.”

A opinião é compartilhada pelo pesquisador em qualidade de energia elétrica da Unesp, Carlos Alberto Canesin, que defende a exploração de outras formas sustentáveis de eletricidade ainda pouco exploradas, como usinas solares e nucleares. "No interior de São Paulo existem muitas usinas de açúcar, então a biomassa é viável. Já no Nordeste, as eólicas são mais aproveitáveis", afirma.

Doutor em eletrônica de potêncial, Canesin destaca que o governo precisa se preocupar mais com a questão energética que, segundo ele, está intimamente ligada ao desenvolvimento econômico do país. "Não podemos sustentar o crescimento sem energia elétrica, que é a base dos investimentos. O grande problema do Brasil não é falta de recursos, mas a falta de energia para crescer."

Adriano OliveiraDo G1 Ribeirão e Franca 
editado por escolavirtual1


Bicicleta do Projeto Porto Leve aparece sem pneu


Um absurdo previsível, mas inaceitável 

Uma das bicicletas do Projeto Porto Leve, uma parceria entre a Prefeitura do Recife e o Porto Digital e que tem por objetivo incentivar a mobilidade na área central do Recife, apareceu, na manhã desta segunda-feira (14), sem um dos pneus e o retrovisor. A bike está na estação localizada na Rua do Lima, em Santo Amaro. A reportagem do Jornal do Commercio tentou entrar em contato com os assessores do projeto para saber se a retirada do pneu da bicicleta foi feita para manutenção ou se aconteceu ato de vandalismo, mas nenhum deles atendeu aos telefonemas. Entretanto, como dois itens não foram localizados, a chance de se tratar de roubo é grande.

Caso o ato de vandalismo seja confirmado, durou menos de uma semana para que a depredação acontecesse. O sistema foi inaugurado na terça-feira (8). A área possui câmeras de segurança que devem ser usadas pela polícia para identificar quem tirou o pneu da bicicleta. 

O primeiro final de semana após a implantação do Porto Leve, uma parceria entre a Prefeitura do Recife e o Porto Digital, foi considerado um sucesso. Muitas bicicletas foram alugadas por pessoas que queriam um meio diferente de passear pelas ruas da área central da cidade. Cada bicicleta pode ser alugada pelo período de 30 minutos. Após esse período, o ciclista tem que devolver a bike em qualquer uma das dez estações e esperar por 15 minutos para retirar novamente a bicicleta. Para utilizar o serviço, é necessário se cadastrar no site www.portoleve.org e pagar R$ 10 por mês.

A estudante Juliana Moreira mora em Casa Amarela e saiu da Zona Norte no domingo para passear pelo Centro do Recife com as bicicletas do novo projeto. "É uma bela iniciativa, contribui para a mobilidade e um trânsito mais amistoso. Trata-se de um transporte prático e espero que dê certo", informou.

Do JC Online editado por escolavirtual1

domingo, 13 de janeiro de 2013

Estudo liga aumento da temperatura a casos de dengue



RIO - O aumento da temperatura teve maior relevância do que a elevação do nível de precipitação de chuvas na proliferação da dengue no Rio entre 2001 e 2009, aponta estudo publicado na revista Cadernos de Saúde Pública, da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz).
O objetivo do trabalho foi estudar o efeito de fatores sazonais e a relação entre as variáveis climáticas e o risco de dengue na cidade do Rio no período de nove anos. O resultado mostra que o aumento de um grau na temperatura mínima em um mês ocasiona uma elevação de 45% no número de casos de dengue no mês seguinte. Já o aumento da precipitação em 10 milímetros resulta na elevação de 6% no número de casos da doença no mesmo período.
"Os principais resultados mostraram que a temperatura teve maior relevância do que a precipitação, principalmente a temperatura mínima", disse a pesquisadora Adriana Fagundes Gomes. A importância da temperatura mínima se deve ao fato de o mosquito não conseguir se alimentar abaixo de 16 graus Celsius.
Adriana avalia que a justificativa para a precipitação não ter tanta relevância quanto a temperatura é o fato de a maioria dos criadouros serem domésticos. A proliferação de mosquitos em vasos de plantas que ficam dentro de casas, por exemplo, independe da quantidade de chuva. "Já a temperatura é um fator ambiental que não temos como controlar. A relação com o vetor vai acontecer."
O artigo resultou do estudo para tese de mestrado da pesquisadora, de 26 anos, que trabalha no Instituto de Microbiologia da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ).
Os resultados também apontaram que o risco de dengue aumenta quando a temperatura é superior a 26ºC. "Vem do senso comum o fato de doenças tropicais serem relacionadas a fatores climáticos. Então a gente tentou fazer uma análise científica dessa questão", disse Adriana. Dos nove anos analisados, em apenas três (2003 a 2005) não houve registro de epidemias da doença no Rio. A avaliação da distribuição dos casos de dengue mostra que a maior parte fica concentrada nos meses de março, abril e maio.
Por Felipe Werneck (Agência Estado)

sábado, 12 de janeiro de 2013

De tão poluído, ar em Pequim tem 'gosto' e causa perigos à saúde



A poluição do ar em Pequim chegou neste sábado a níveis considerados perigosos para a saúde humana.
As medições de estações oficiais e não oficiais de monitoramento indicam que a poluição deste sábado ultrapassa os níveis de perigo delimitados pela Organização Mundial da Saúde.
O ar tem até "gosto" de poeira de carvão e fumaça de automóveis, dizem correspondentes da BBC na capital chinesa, que está há dias coberta por uma pesada névoa. Por conta disso, só é possível enxergar alguns metros à frente no centro da cidade.
O crescimento econômico e o uso de matrizes energéticas poluentes deixaram o ar com péssima qualidade em diversas cidades chinesas.

BBC

Ambientalistas tentam minimizar impacto da expansão da soja


Foto de arquivo do Greenpeace mostra área desmatada para dar lugar a plantações de soja no Pará

Após se espalhar pelo Sul e Centro-Oeste nas últimas décadas, a soja agora avança pelo Norte e Nordeste brasileiros, mas encontra a resistência de ambientalistas, que tentam minimizar os impactos dessa expansão nos dois biomas mais diversos do país - a Amazônia e o Cerrado.

Em estudo publicado em 2012, a organização ambientalista WWF Brasil diz que hoje, entre os cinco Estados brasileiros que concentram os maiores focos de desmatamento em razão da soja, três são do Nordeste (Maranhão, Piauí e Bahia) e um da região Norte (Tocantins).

Ao avançar pela região, que entre estudiosos passou a ser chamada de Mapitoba (agregando as iniciais de cada Estado), a soja passa a ocupar o centro-norte do Cerrado, a última região do bioma em que ainda não estava presente.
O doutor em agroecologia Cássio Franco Moreira, coordenador do Programa Agricultura e Meio Ambiente do WWF Brasil, diz que hoje cerca de 50% do Cerrado já foi desmatado, "parte significativa em função da soja".
Segundo ele, pequenos e médios produtores têm promovido desmatamentos ilegais na Mapitoba, que abriga as últimas áreas de Cerrado intactas.
Por ora, no entanto, ele diz que o plantio de soja na região é praticado em sua maioria por grandes produtores. Esses, afirma, são mais capazes de arcar com os desafios logísticos da região e costumam respeitar a legislação ambiental.
A postura reflete as cada vez maiores exigências de compradores, que não querem ser associados à destruição do meio ambiente.

Pastagens

Ainda assim, de acordo com o Código Florestal atual, propriedades no Cerrado podem usar até 65% de suas terras para a atividade agropecuária, o que abre margem para novos desmates, ainda que legais. Somente 3% do território do Cerrado está protegido por unidades de conservação federal ou estadual.
Moreira diz, porém, que o Brasil poderia expandir plantações de soja sem desmatar nada. Ele cita cálculo do governo federal que apontou a existência de 200 milhões de hectares de pastagens no Brasil.
Segundo ele, é possível transformar até 30% das áreas hoje ocupadas por pastos em plantações, sem prejuízos para os pecuaristas. "Há incentivos financeiros do governo para que isso ocorra."
Enquanto isso, diz o coordenador da WWF, instituições ambientalistas têm negociado com grandes compradores mundiais da soja a conservação de áreas prioritárias do Cerrado.
Hoje, os compradores já concordaram em proibir a comercialização de soja produzida em áreas de floresta recém-desmatada, o que inclui área do Cerrado conhecida como Cerradão. Agora os ambientalistas tentam incluir na lista regiões do Cerrado com vegetação mais baixa e rala.
Caso consigam, Moreira prevê que, até 2023, serão desmatados 3% adicionais da área de Cerrado.
"Se expandirmos a produção de acordo com essas regras e se houver respeito ao Código Florestal, em dez anos podemos ter condições de negociar um desmatamento zero."

quarta-feira, 2 de janeiro de 2013

As dez 'tendências globais' dos próximos cinco anos


O mundo dos próximos anos deve ser mais interconectado, de população mais velha e urbana, e com uma classe média mais forte nos países emergentes 

Mas também será um mundo de jovens desiludidos, de incertezas econômicas, crescente disparidade de renda e sob sérios desafios climáticos.

Essas são algumas das tendências previstas pela empresa de pesquisas Euromonitor International, autora de um relatório chamado "Dez Macro Tendências para os Próximos Cinco Anos".
O objetivo do relatório é analisar o futuro dos mercados consumidores. Confira as projeções:

'Futuro incerto'

Dívidas fora de controle, medidas de austeridade na zona do euro e distúrbios políticos globais causam o maior nível de incerteza política e econômica dos últimos anos, aponta o relatório.
"E se a situação de prosseguir, isso terá efeitos para os consumidores que, em tempos incertos, vão exercitar a cautela ao tomar decisões de consumo."

'Classes médias emergentes'

"A expansão da classe média nos diversos países emergentes será um dos efeitos-chave do crescimento econômico (desses países), à medida que grandes contingentes populacionais deixaram a pobreza e formaram uma base de consumidores cada vez mais exigentes e sofisticados", opina a Euromonitor.
Relatório de novembro do Banco Mundial cita por exemplo o aumento da renda média na América Latina. Na última década a classe média da região cresceu em 50%, de 103 milhões de pessoas em 2003 para 152 milhões em 2009, hoje representando 30% da população.
Na Rússia, analistas apontam que a classe média está mais influente e busca sua voz na política; a China mira cada vez mais seu mercado de consumo doméstico, diante do desaquecimento da economia global.

'Jovens desiludidos'

A crise em países desenvolvidos teve como desfecho os altos índices de desemprego entre os jovens, e essa tendência deve se manter, diz a Euromonitor.
Entre os casos mais graves estão a Espanha e a Grécia, onde, segundo dados da Eurostat (instituto oficial de estatísticas da União Europeia), a taxa de desocupação de pessoas com menos de 25 anos supera os 50%.
Essas taxas contribuem para a insatisfação dos eleitores mais jovens, muitos dos quais têm saído às ruas de Atenas e Madri para protestar contra as medidas de austeridade na Europa.
O relatório da Euromonitor afirma que "faltam perspectivas decentes para os jovens, que enfrentam altos desemprego, custos universitários e custos de vida, além da falta de moradia acessível e do fardo de ter que ajudar os mais idosos no futuro".

'Divisão entre ricos e pobres'

O Brasil vive um momento histórico de redução da desigualdade, mas isso não necessariamente se repete no resto do mundo.
Segundo estudo prévio da Euromonitor, de março, a desigualdade de renda aumentou na maioria dos países entre 2006 e 2011, forçada pelo envelhecimento da população, pelo crescimento do desemprego e das medidas de austeridade em países desenvolvidos, além da persistente divisão entre áreas rurais e urbanas nos países em desenvolvimento.
Segundo o levantamento, essas disparidades podem minar os benefícios da recente onda de crescimento em alguns países.
A Euromonitor cita que aumentos desproporcionais de salários, avanços tecnológicos e urbanização também podem favorecer a desigualdade.
Para a consultoria, essas divisões também estão por trás de distúrbios sociais.

'O desafio climático'

"Padrões climáticos cada vez mais erráticos e o aumento dos níveis dos mares serão as maiores ameaças às populações nos próximos cinco anos e depois", diz a análise da Euromonitor.
Serve de exemplo a supertempestade Sandy, que recentemente varreu a costa leste dos EUA e deixou mais de 40 mortos no país. Os custos de reconstrução das áreas devastadas foram estimados em de US$ 30 bilhões a US$ 40 bilhões.
Mas os prejuízos causados pelo clima "errático" vão muito além disso. "Secas e enchentes continuarão a provocar devastação em plantações, afetando os preços dos alimentos nos próximos anos", segundo o relatório da Euromonitor.

'Um mundo em processo de envelhecimento'

A tendência global é de taxas menores de nascimentos e maior expectativa de vida, o que resulta em uma população mais velha.
O Brasil se encaixa nessa tendência: a taxa de fecundidade foi de 1,86 filho por mulher em 2010, segundo o IBGE. A população brasileira deve se estagnar a partir de 2030. As consequências socioeconômicas de casos como o brasileiro são diversas.
"Populações em processo de envelhecimento vão impactar as perspectivas futuras de crescimento econômico, por conta da redução da mão de obra e de taxas mais baixas de poupança e investimento", prevê a Euromonitor. "Ao mesmo tempo, gastos públicos relacionados à idade (caso da saúde) devem aumentar significativamente."

'Transição urbana'

"A urbanização ser uma tendência de longo prazo, mas seu ritmo cresceu perceptivelmente nos últimos anos e o crescimento das cidades alcançou níveis sem precedentes em mercados emergentes", aponta o levantamento.
A China é um exemplo, com a construção de cidades que têm virado polo de atração para hotéis, aeroportos e outros empreendimentos.
Em âmbito global, mais da metade da população já vive em áreas urbanas.
"O êxodo do campo à cidade é fortemente impulsionado pelo anseio por mais poder econômico", diz a Euromonitor. "A transição global para a vida urbana está moldando os mercados consumidores e a demanda."

'Pessoas em movimento'

Para a consultoria, o mundo fica "menor" à medida que mais pessoas têm acesso à opção de viajar, estudar e trabalhar fora de seus países de origem.
"A continuidade da migração tem impacto significativo nas economias, nos mercados e no consumo", opina a Euromonitor. "A maior diversidade étnica oferece boas oportunidades aos mercados."

'Mundo mais conectado'

Previsão da consultoria tecnológica IDC aponta que, a partir de 2015, usuários acessarão mais a internet por dispositivos móveis - tablets e smartphones - do que por computadores.
"Quase um terço dos consumidores globais online têm acesso à web em seus celulares", afirma a Euromonitor.
"Mídias sociais como Facebook e Twitter estão mudando a forma como as pessoas interagem. Uma estratégia bem-sucedida em mídias sociais será uma prioridade para as empresas no mundo inteiro."

'China global'

Segundo a Euromonitor, está mudando o foco dos investimentos estrangeiros chineses: inicialmente concentrados em países em desenvolvimento e ricos em recursos naturais, eles agora se começam a se voltar à América do Norte e à Europa.
"Diversas marcas chinesas entraram na arena global e tentarão desafiar marcas globais estabelecidas", prevê o relatório. "Especialistas creem que os investimentos externos de empresas chinesas tenham um crescimento expressivo na próxima década."

do bbc brasil